Se os antepassados da vila de Ansião fossem da mesma têmpera dos da vila do Alvorge, todos no concelho nos poderíamos orgulhar também de ter mais património de pé e não temos!
Na vila de Ansião menosprezaram as Pedras, e aqui lembrar as gentes do Alvorge no orgulho na sua conservação e
preservação, em dizer " gostaria muito de aqui ter nascido
".
Parabéns às gentes que tão brilhantemente tem sabido reconstruir as casas dos seus antepassados e hoje brilham em paralelo a pedra com a cal.Recebi um comentário de João que transcrevo
Olá
Nasci e cresci no Algorge, e sempre admirei as paredes brancas cobertas em cal.
Quando começaram a aparecer reatauros com as casas de pedra à vista fiquei chocado com a tentativa clara de imitar as vilas de xisto em redor.Se realmente foram em tempos só pedra à vista, ainda me pergunto se são estas casas as originais, ou construídas sobre o que restava. Para todos os efeitos a história pertence à história, e se toda uma aldeia avançou no tempo e arquitetura, evoluindo para paredes brancas de barro e cal, porque haveria de voltar para algo que ja não faz parte da identidade de quem lá vive e viveu nos últimos anos se não séculos?
Obrigado João
A minha resposta . Caro João, agradeço a cortesia da visita e do seu comentário. Percebo o que sente. Eu também adoro a cal. Mas gosto mais da pedra.E de facto ao se tirar o reboco o que se distingue é a ancestral construção com pormenores de arquitectura que saltam a um olhar mais peculiar, as meias luas em cerâmica acima do lintel das portas, as janelas de avental etc. E de facto muitas das casas são reconstruções em ruínas de outras. Pode-se aventar que a cal apareceu com os fornos de cal, antiquíssimos na região, mas apenas usada para argamassa, no castelo do Germanelo, na cisterna romana no Carvalhal e quiçá na Torre da Ladeia. O povo esteve desde o tempo dos jesuítas ligado ao alto Alentejo, a Évora, onde o uso da cal é típica para refrescar as casas no verão, para terem imitado esta tradição e nas barras e laterais o uso de cor forte - ocre, azul ou grená...já caracteristica dos judeus, o ocre no Sardoal e em Ansião também o foi na aldeia dos Matos. Desculpe, a minha perspectiva não ser a mesma que a sua.Eu amo a pedra e vibro com o casario requalificado a lembrar o que foi o fausto de antigamente . Mas também gosto da cal e por isso fotografei alguns exemplares.
"Casa dos Avós"
Desafio todos os conterrâneos a fazerem um passeio até ao Alvorge e percorrer as ruas em jeito de caminhada, como fiz com a minha mãe, deleitem-se com o bom gosto dum Povo que nem parece pertencer ao concelho de Ansião. As pessoas do Alvorge denotam além de serem amantes das Pedras, das cortinas de linho com rendas, das floreiras nas janelas e sobretudo muito asseadas, na visita à igreja, das mais limpas do concelho, a cheirar a lavado onde falei com as senhoras que procediam à rotina de limpeza, explicaram-me tudo o que queria saber sobre as Imagens e a talha dourada, até à sacristia fui, nos pormenores é que se vê a grandeza deste Povo, pois os meus olhos poisaram numa lindíssima toalha de rosto, em linho, com mais de cem anos, com uma das rendas e monograma mais bonitas que jamais descansei o olhar, e olhem que a minha avó paterna Piedade da Cruz, tinha um enxoval de rainha, executado por ela na sua máquina de costura e à mão.
Albergaria da Misericórdia do Alvorge de 1709
Albergaria da Misericórdia do Alvorge de 1709
O tradicional banco na frontaria para descanso de quem chega
A Misericórdia e Hospital do Alvorge do Padre Luiz Cardoso no seu Diccionario Geografico
em 1747, o Alvorge tem huma Ermida de Nossa Senhora da Misericórdia com sua Albergaria
"(...) em que se recolhem passageiros, a qual tem Capellaõ com Missa quotidiana, a quem pagaö os Confrades da mesma Misericordia,que haõ de ser até quinhentos, dando ao Capellaõ no tempo do novo, meyo alqueire de trigo cada hum, e ao Hospitaleiro huma quarta cada hum, de cuja esmola, que recolhe o Capellaõ, he obrigado a dar hum moyo de paõ, o qual se coze, se dá e moito de Mayo a todos os Confrades dous pães, e oito almudes de vinho com suas azeitonas, que tudo se reparte pelos Confrades, que vem assistir à eleiçaõ do Provedor, Escrivaõ, e dous Mordomos, que no mesmo dia faz a votos, como tambem se dá esmola de paõ a todos os pobres. A ereccaõ desta Confraria foy dos póvos,e deixas de algumas pessoas particulares. Também se provém Cartas de Guia, e se daõ cavalgaduras a todos os doentes à custa dos reditos da mesma Confraria.”
Bandeira da Misericórdia do Alvorge
Retirada do Livro de 2019 do Dr Manuel Dias apresentado no Congresso em Alvaiázere
A Bandeira não sei se tela a sua pintura pouco expressiva, centrada com a mãe da Misericórdia com o manto aberto preso por anjinhos e aos pés o rei, a rainha, e parece ser um nobre e na frente a sua angélica filha, sem pobres nem enfermos, a quem a Misericórdia praticava apoio caritativo, o será alusivo aos Carneiro Figueiredo desde sempre à instituição da sua fundação.
Belos exemplares de casario com varandins telhados
Apreciei com grande emoção várias janelas de avental, algumas com inscrições -com a data de 1707, esta decorei, nem a casa amarela, muito bonita por sinal, mas de cor exageradamente forte, destoa no conjunto, mas se fosse retirado o reboco mostrando a pedra firme a brilhar ao sol seria ainda mais bonita, nem a dezena de outras habitações que apesar de pedra, ainda não sofreram remodelações.Tudo em prol de mostrar a traça tradicional que foi rainha no Alvorge.
Apreciei com grande emoção várias janelas de avental, algumas com inscrições -com a data de 1707, esta decorei, nem a casa amarela, muito bonita por sinal, mas de cor exageradamente forte, destoa no conjunto, mas se fosse retirado o reboco mostrando a pedra firme a brilhar ao sol seria ainda mais bonita, nem a dezena de outras habitações que apesar de pedra, ainda não sofreram remodelações.Tudo em prol de mostrar a traça tradicional que foi rainha no Alvorge.
Choca o meu olhar a mistura do antigo com o moderno nem sempre feliz nas escolhas...
Contudo um belo exemplar de chaminé, na proporção maior que a casa térrea!
Pedras a ladear janelas para os vasos de sardinheiras
Solar que foi de um juiz na centúria de 800
Confidenciou-me a D Clementina na sua janela vaidosa " (...) a suposta avó deixou a casa a uma neta, que não a queria e só pensava em se livrar dela depois de ter vendido todo o espólio e com ele ter comprado um andar e dia descuidou-se em desabafo, que já a vendia por qualquer preço...e assim foi vendida...Em 1810 aqui vivia um juiz. Por altura da passagem dos desertores da guerra do Buçaco, foi feito um cofre subterrâneo no r/c tendo o povo confiança no juiz aqui depositaram todos os seus valores...que deveria voltar a entregar aos seus donos...senão ainda corria o boato...a casa tem um alçapão subterrâneo feito no tempo das invasões francesas para o povo guardar os seus valores
As colunas do seu alpendre nascente/ sul vieram do solar brasonado da Torre da Ladeia dos Carneiro Figueiredo da Guerra
Aqui reutilizadas segundo a actual proprietária D. Clementina.
E de facto o lavrado de riscas rectilíneo é igual à porta da capela do solar.
Pela frente do solar a bela caçada antiga de calhaus em preto e branco
Existe literatura sobre o Alvorge. Em nenhum é focado esta descoberta.
E foi por mero acaso, graças ao meu olhar peculiar que descobri nesta casa a reutilização de pedras antigas.O pedestal das ombreiras laterais das portas da fachada, numa delas, apesar da grade ofuscar distingui esculpida a sigla jesuíta.E o varandim também é antigo, nada tem a ver com a arquitectura da casa simples.
Na mesma casa noutra porta encontrei outras pedras com palavras esculpidas, igualmente reutilizadas.Induz a pensar ter havido uma pedra com uma inscrição e ao ser reaproveitada para esta porta foi cortada em partes iguais, sendo que na esquerda apresenta as letras(?) ODEVS e na direita QVEMO (?). Enquanto que a sigla jesuíta não deixa margem para dúvidas, já as outras duas não sei se teriam pertencido à Companhia jesuíta.
Construída no século XVI - No arco a data de 1565
No século XX foi decidido alargar o caminho que lhe corre pelo tardoz sul sendo demolida a sua sacristia. O que me parece verossímil afirmar é que esta pequena igreja/capela com sacristia foi feita pelos jesuítas em meados da centúria de 500, quando aqui se instalaram, afinal a segunda residência jesuíta fora de Coimbra, em a adoçando para sul na casa imediatamente a seguir onde encontrei as pedras reutilizadas, curiosamente o telhado fecha a norte com uma pomba, o símbolo do orago da capela - O Divino Espírito Santo .Sendo pertinente questionar, as pedras com as inscrições pertenceram à Granja ao Paço dos jesuítas de onde teriam vindo, ou não, são originárias daqui, da pioneira Casa dos Jesuítas, e só depois se instalou na Granja aquando da Vintena da Cabeça de Façalamim? Tudo aventa que a primeira residência jesuíta tenha sido esta aqui no Alvorge .
A investigação histórica de real interesse que se me abriu sem antes jamais aflorada por nenhum historiador nem investigador...
Casa requalificada de sobrado com belo balão telhado e janelas de avental
Alminhas
A tradição do uso do duplo beirado português e janela de avental
Acima do lintel vestígios da meia lua em pedra ao estilo da arquitectura romana
Solar brasonado dos Carneiro Figueiredo da Torre da Ladeia no Alvorge
Mereceu crónica individual, contudo a extraordinária partilha da melhor foto do brasão
Cortesia de Henrique Dias
O chapéu de cavaleiro já carcomido pela erosão, em rodapé a data 1693 ou 1698?
Segundo a Cronologia do SIPA a data correcta deve ser 1698.
"1698, MaioBelchior Carneiro Sottomayor de Figueiredo da Guerra casa com Dona Francisca Luísa Pereira de Sampaio. É colocado no frontispício da Capela de Nossa Senhora do Pilar, por este concluída, bem como no portal da quinta o brasão de armas Carneiro Figueiredo;"
No adeus à breve visita ao Alvorge...a absorver Cultura!
Aqui reutilizadas segundo a actual proprietária D. Clementina.
E de facto o lavrado de riscas rectilíneo é igual à porta da capela do solar.
Pela frente do solar a bela caçada antiga de calhaus em preto e branco
Deixei o Alvorge com vontade de ficar...tabelei conversa com a D.Clementina vaidosa na conversa à janela, bela senhora no alto dos seus 83 anos, de voz escorreita, raciocínio rápido e cultura bastante sobre a terra e as suas gentes. Dizia-me- pela tardinha vou sentar-me na rua onde gosto de sentir o anoitecer a conversar, já consegui que outros se juntem, e todos conversam. Dormimos muito melhor.
Como a conversa seguia o ritmo acelerado mas apaixonante sobre as coisas que também gosto, curiosa com esta senhora pela alta desenvoltura, perguntei-lhe quando tinha nascido-, diz-me em maio, respondi, pois eu também...desculpe ter-lhe feito a pergunta, mas de fato senti muita empatia e cumplicidade nas mesmas coisas..
Grande descoberta!
Na antiga estrada real, antes foi romanaExiste literatura sobre o Alvorge. Em nenhum é focado esta descoberta.
E foi por mero acaso, graças ao meu olhar peculiar que descobri nesta casa a reutilização de pedras antigas.O pedestal das ombreiras laterais das portas da fachada, numa delas, apesar da grade ofuscar distingui esculpida a sigla jesuíta.E o varandim também é antigo, nada tem a ver com a arquitectura da casa simples.
Na mesma casa noutra porta encontrei outras pedras com palavras esculpidas, igualmente reutilizadas.Induz a pensar ter havido uma pedra com uma inscrição e ao ser reaproveitada para esta porta foi cortada em partes iguais, sendo que na esquerda apresenta as letras(?) ODEVS e na direita QVEMO (?). Enquanto que a sigla jesuíta não deixa margem para dúvidas, já as outras duas não sei se teriam pertencido à Companhia jesuíta.
Actual Igreja do Alvorge
No Livro de Jaime Tomás Alvorge Terra Alta - (...) a igreja no Alvorge em 1229 dedicada a Nossa Senhora do Alvorge, provavelmente construida sobre o que restava de uma mesquita muçulmana. O seu orago inicial de Nossa Senhora da Assunção e no séc. XVII passou a designar-se Nossa Senhora da Conceição.
O belo cruzeiro que se encontra na praça a sul era daqui e foi retirado para se fazer a estrada
Capelinha do Espírito SantoConstruída no século XVI - No arco a data de 1565
No século XX foi decidido alargar o caminho que lhe corre pelo tardoz sul sendo demolida a sua sacristia. O que me parece verossímil afirmar é que esta pequena igreja/capela com sacristia foi feita pelos jesuítas em meados da centúria de 500, quando aqui se instalaram, afinal a segunda residência jesuíta fora de Coimbra, em a adoçando para sul na casa imediatamente a seguir onde encontrei as pedras reutilizadas, curiosamente o telhado fecha a norte com uma pomba, o símbolo do orago da capela - O Divino Espírito Santo .Sendo pertinente questionar, as pedras com as inscrições pertenceram à Granja ao Paço dos jesuítas de onde teriam vindo, ou não, são originárias daqui, da pioneira Casa dos Jesuítas, e só depois se instalou na Granja aquando da Vintena da Cabeça de Façalamim? Tudo aventa que a primeira residência jesuíta tenha sido esta aqui no Alvorge .
A investigação histórica de real interesse que se me abriu sem antes jamais aflorada por nenhum historiador nem investigador...
Casa requalificada de sobrado com belo balão telhado e janelas de avental
Alminhas
Parede de casario antigo curioso
Parede em redondo encimada por dois conjuntos de frestas estreitas e ao fundo termina com as Alminhas
Acima do lintel vestígios da meia lua em pedra ao estilo da arquitectura romana
O passeio corrido coberto a lajeado
As cantarias, o ferro forjado, as cimalhas
Os candeeiros de ferro em braço- como devem ser num centro histórico.
Gostava de ver esta casa toda descascada e a escadaria do balcão, por certo ainda mais graciosa
A Fonte do Alvorge
Excertos retirados das Memórias Paroquiais pelo Padre João Currin “ (...) Se há na terra, ou perto dela alguma fonte, ou lagoa célebre, e se as suas águas tem alguma especial virtude? Há a fonte junto à quinta da Torre da Ladeia que corre perennemente, e com tanta copia de agoa que entrando pelo Pomar da mesma quinta e dahi para hums Lagares de Azeite que faz moer no Lugar chamado Azenha e de Verão não passão dahi as agoas; porem de Inverno ahi principia a Ribeira chamada de Azenha, que se passa na Estrada que vay p.ª Coimbra em duas partes, em huma por sima de pedras aonde antigamente estava huma ponte de cantaria; em outra parte se passa por huma ponte de cantaria já damnificada, e muito precisa de reparo, por estar na Estrada real de Lisboa, e passar por ella o Correio cada semana duas vezes. Chegando esta Ribeyra ao lugar de Alcalamouque perde o primeiro nome da Azenha, e se intitula Ribeyra de Alcalamouque. E no mesmo sitio entrão nella as agoas da fonte do mesmo Lugar, que nasce nas raízes de hum Monte chamado Marfallo em terras da mesma Universidadede que he Emphiteuta o Capitão Mor de Tomar João da Motta Garcia e Amorim, e serega com a mesma agoa, e no fundo do ditto Prazo estam humas Azenhas e hum Lagar de Azeite que tudo he do mesmo Prazo e sahindo delle, entrão para outra Azenha que he Prazo dos Religiosos Carmelitas Calçados da Cidade de Coimbra. E dahi regão varias fazendas, the chegarem a outra Azenha, que está no Lugar chamado Ribeyra de Alcalamouque que tambem he da Universidade e destas agoas se não paga foro algum; Mas paga se de todos estes engenhos certa quantia de dinheiro, que chamão con licença; e dahi regão as terras contíguas á mesma Ribeyra the a villa de Rabasal que são ferteis de trigo, milho, e Legumes. Daqui por diante poderão dar noticia os R.dos Parochos das freguezias por onde passa a ditta Ribeyra por lhe pertencer o conhecimento della. A agoa desta fonte bebem os moradores do Lugar do Alvorge,e outros lugares vezinhos; E quando he anno de seca se utilizão della Povos mais de legoa distantes, he grossa mas salutifera, a gente que dela bebem, não padece mordinariamente achaque algum habitual; mas sim são sadios e robustos, e entre elles ha velhos de mais de noventa annos. Eu assisti como Parocho ao recebimento de hum que tinha 84 annos, e casou com huma rapariga de vinte e três, ainda estam vivos, e ha oito annos que se receberão Tambem notas e q os que bebem desta agoa ordinariamente tem boa voz p.ª cantar”
Solar brasonado dos Carneiro Figueiredo da Torre da Ladeia no Alvorge
Mereceu crónica individual, contudo a extraordinária partilha da melhor foto do brasão
Cortesia de Henrique Dias
O chapéu de cavaleiro já carcomido pela erosão, em rodapé a data 1693 ou 1698?
Segundo a Cronologia do SIPA a data correcta deve ser 1698.
"1698, MaioBelchior Carneiro Sottomayor de Figueiredo da Guerra casa com Dona Francisca Luísa Pereira de Sampaio. É colocado no frontispício da Capela de Nossa Senhora do Pilar, por este concluída, bem como no portal da quinta o brasão de armas Carneiro Figueiredo;"
Será efectivamente ser 1698, a hera cobre metade do algarismo que aventa ser 8 e não um 3
A minha foto...Na altura com mais hera...
A minha foto...Na altura com mais hera...
A Torre da Ladeia “ (...) Este Lugar não he murado, nem he Praça de Armas. Junto ao Lugar está a Torre da Ladeia q está na quinta, em pouca distancia da qual, nasce a mencionada fonte. Os Romanos no tempo de Trajano fizerão esta Torre, e Casa forte para defeza da fonte, pois então,como ainda era e he de grande utilidade para os dilatados Povos que se utilizão das suas agoas, para os seos gados e limpeza das suas roupas, e the para fazerem as suas Eyras. Esta Torre principal tinha no tempo de Pedro de Figueiredo da Guerra três andares, e pela demasiada altura a reduzio a somente dois que ainda existem, com quatro Pirâmides nos cantos; e o resto da Fortaleza a deixou ficar em hum so sobrado fazendo lhe galaria e ornandoa com a Varanda na Entrada; sempre foi habitada por pessoas muito destinctas. E hoje está de posse della Pedro Jose de Salazar Jordão, da Cunha, de Eça, de Sousa, de Azambuja, Senhor da Casa de Salazar na Villa de Penella do mesmo Bispado e Commarca de Thomar. Junto a esta Torre e Casas está a Capella da Senhora do Pilar, de que já se fez menção. E tudo se acha situado no meyo de huma formosa herdade, na quinta,do que os senhores della colhem copiosos fructos de toda a qualidade, de pão, azeites,fructas, e hortaliças, com huma grande deveza para os gados da mesma quinta, a qual se fertiliza com a agoa da fonte que nasce na mesma de que já se fallou. Conservandoaos Senhores da mesma Torre e quinta na posse de não pagar dizima ou renda alguma da ditta quinta, cuja liberdade he antiquíssima e só à Universidade de Coimbra pagam hum limitado foro, e sua conhecença ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra que vem a serhum capão ou dous."
No adeus à breve visita ao Alvorge...a absorver Cultura!
Cruzeiro em pedra
Sediado no centro da praça e antes esteve junto da igreja e de lá foi deslocada para abertura de acessibilidade, ao jus de Pelourinho, aqui incrustado em bloco aparelhado a lembrar ondinhas, o certo era estar inserido em redondel ajardinado.
O Alvorge tem muito para dar ao visitante em património cultural . Se juntar o artesanato, a gastronomia com o famoso queijo denominado" Rabaçal", a broa e as nozes às vistas desimpedidas sobre os outeiros envolventes, de bons ares, castros históricos, marcos de pedra das extremas da que foi a Herdade do Mosteiro de S Jorge de Coimbra, azenhas, lagares e o solar dos Carneiro Figueiredo, antes que agonize.
Os estrangeiros devem recuperar a arquitectura antiga e só acrescentar com projecto e adequeado.
Todo o património em ruína, antigo devia ser reabilitado na mesma traça e o moderno adequado ao antigo, claro que estamos no século XXI, sabendo que a nossa identidade não se deve jamais perder, por ser genuína, mas quem ainda manda cá, somos nós, os portugueses.Sendo contudo bem vindos quando são educados, respeitadores em fazer as coisas com estética e mestria no respeito da nossa história, já amadores hipies, tesos, e os há no concelho, são dispensados, por não saberem respeitar regras e não terem noções de limpeza!
Aposta no progresso passa por requalificar toda a encosta da Fonte da Torre da Ladeia em dar nova vida à Fonte do Alvorge, e retirar o telheiro, quiçá fazer uma piscina, com furo artesiano para captar a água de verão. Já o solar com brasão dos Carneiros Figueiredo com brasão parecer de 1698 onde há 60 anos ainda se rezava missa .Espaço ruinal que conheci aos 8 anos com o meu pai pela altura das festas de agosto, sendo particular , se os actuais proprietários não denotarem interesse o deviam vender para ser reconvertido em unidade hoteleira para festas, casamentos e outros eventos, como o Hotel do Espinhal, mantendo a traça antiga, ainda a vantagem de parte da quinta do solar que esteve sem produtividade, foi há anos reabilitada com olival e estufas a ganhar espaço o alinhamento para visitas no tempo das culturas, trazendo gente na rota de romanização na antiga estrada romana na ligação a Conímbriga a muito prestigiar o Alvorge e as suas gentes, mas sem chão a alcatrão!
Sediado no centro da praça e antes esteve junto da igreja e de lá foi deslocada para abertura de acessibilidade, ao jus de Pelourinho, aqui incrustado em bloco aparelhado a lembrar ondinhas, o certo era estar inserido em redondel ajardinado.
Os estrangeiros devem recuperar a arquitectura antiga e só acrescentar com projecto e adequeado.
Todo o património em ruína, antigo devia ser reabilitado na mesma traça e o moderno adequado ao antigo, claro que estamos no século XXI, sabendo que a nossa identidade não se deve jamais perder, por ser genuína, mas quem ainda manda cá, somos nós, os portugueses.Sendo contudo bem vindos quando são educados, respeitadores em fazer as coisas com estética e mestria no respeito da nossa história, já amadores hipies, tesos, e os há no concelho, são dispensados, por não saberem respeitar regras e não terem noções de limpeza!
Aposta no progresso passa por requalificar toda a encosta da Fonte da Torre da Ladeia em dar nova vida à Fonte do Alvorge, e retirar o telheiro, quiçá fazer uma piscina, com furo artesiano para captar a água de verão. Já o solar com brasão dos Carneiros Figueiredo com brasão parecer de 1698 onde há 60 anos ainda se rezava missa .Espaço ruinal que conheci aos 8 anos com o meu pai pela altura das festas de agosto, sendo particular , se os actuais proprietários não denotarem interesse o deviam vender para ser reconvertido em unidade hoteleira para festas, casamentos e outros eventos, como o Hotel do Espinhal, mantendo a traça antiga, ainda a vantagem de parte da quinta do solar que esteve sem produtividade, foi há anos reabilitada com olival e estufas a ganhar espaço o alinhamento para visitas no tempo das culturas, trazendo gente na rota de romanização na antiga estrada romana na ligação a Conímbriga a muito prestigiar o Alvorge e as suas gentes, mas sem chão a alcatrão!
Deixo rol de alertas à Junta de Freguesia e Câmara com a deficiente sinalética por terras de Santiago da Guarda, em muitos casos falta da mesma que me deparei neste passeio.
Seria pertinente a organização de fóruns com a população para debate de ideias quando pretendem alterar centros históricos.
Fontes
Memórias Paroquiais
Testemunho da D. Clementina
Seria pertinente a organização de fóruns com a população para debate de ideias quando pretendem alterar centros históricos.
Fontes
Memórias Paroquiais
Testemunho da D. Clementina
Olá,
ResponderExcluirNasci e cresci no Algorge, e sempre admirei as paredes brancas cobertas em cal.
Quando começaram a aparecer reatauros com as casas de pedra à vista fiquei chocado com a tentativa clara de imitar as vilas de xisto em redor.
Se realmente foram em tempos só pedra à vista, ainda me pergunto se são estas casas as originais, ou construídas sobre o que restava. Para todos os efeitos a história pertence à história, e se toda uma aldeia avançou no tempo e arquitetura, evoluindo para paredes brancas de barro e cal, porque haveria de voltar para algo que ja não faz parte da identidade de quem lá vive e viveu nos últimos anos se não séculos?
Obrigado
João
Caro João, agradeço a cortesia da visita e do seu comentário. Percebo o que sente. Eu também adoro a cal. Mas gosto mais da pedra.E de facto ao se tirar o reboco o que se distingue é a ancestral construção com pormenores de arquitectura que saltam a um olhar mais peculiar, as meias luas em cerâmica acima do lintel das portas, as janelas de avental etc. E de facto muitas das casas são reconstruções em ruínas de outras. Pode-se aventar que a cal apareceu com os fornos de cal, antiquíssimos na região, mas apenas usada para argamassa, no castelo do Germanelo, na cisterna romana no Carvalhal e quiçá na Torre da Ladeia. O povo esteve desde o tempo dos jesuítas ligado ao alto Alentejo, a Évora, onde o uso da cal é típica para refrescar as casas no verão, para terem imitado esta tradição e nas barras e laterais o uso de cor forte - ocre, azul ou grená...já caracteristica dos judeus, o ocre no Sardoal e em Ansião também o foi na aldeia dos Matos. Desculpe, a minha perspectiva não ser a mesma que a sua.Eu amo a pedra e vibro com o casario requalificado a lembrar o que foi o fausto de antigamente . Mas também gosto da cal e por isso fotografei alguns exemplares.
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