Lamentavelmente este ano, o calendário das Festas do Povo de Ansião mudou de calendário, adiantou-se uma semana, e ainda o mudou para sábado, quando sempre se primou no domingo, com isso além do terrível calor e de outras grandes festas a decorrer no mês de maior festividade popular, ditou o resulto de parca afluência no Cortejo alegórico, até eu, em afazeres com o batizado dos meus netos no dia seguinte, sai às pressas para ir ao cabeleireiro de chinelo no pé , na sorte dos carros se perfilam quase à porta da casa da minha mãe. Durante o percurso fui tirando fotos, que depois na Mata onde ficam em exposição, tirei as possíveis em vários momentos com o mesmo carro alegórico.
Confesso que gostei imenso dos motivos, apesar de serem quase sempre os mesmos, senti cuidado na estética, nos pormenores, nas tradições, nos utensilios, e no orgulho dos participantes.
O que faltou?Faltou gente, muita gente para os apoiar. Faltou moldura humana nos Paços do concelho, havia uma bancada deserta, sem toldo quem aguentava ali sob um calor castigante? Mas também falta publicidade e encorajamento para as gentes dos Lugares, e das vilas, que fazem os seus carros para os trazer em desfile à vila, sede de concelho, comungar a vaidade de se fazer mostrar, na mesma vaidade de gostar de ouvir falar da sua terra, também valorizar o empenho das pessoas que os mentalizam, e neles se empenham para os pôr de pé. Quando era pequena, participei umas duas vezes num motivo e nas outras vezes sempre acompanhei o carro, recordo que era um prazer sem explicação, porque participava a fazer flores, a coloca-las na rede, a trabalhar no que fosse preciso e por fim participar no desfile para ouvir o que se falava e sentir brio e vaidade na sua concretização.
Fiquei fracamente assustada com a parca gente, perguntei à minha irmã como tinham decorrido os concertos, onde não pude ir- o do Mikael Carreira em grande, com muita gente, o outro com menos, começou depois da meia noite, ainda assim o ambiente à noite era de muita gente e na Mata os comes e bebes fizeram dinheiro!
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" Resineiro engraçado, engraçado no falar
Resineiro engraçado, engraçado no falar
Ó I ó ai, eu hei-de ir à terra dele
Ó I ó ai, se ele lá me quiser levar
Já tenho papel e tinta, caneta e mata-borrão
Já tenho papel e tinta, caneta e mata-borrão
Ó I ó ai, pr'a escrever ao resineiro
Ó I ó ai, que trago no coração
Resineiro é casado, é casado e tem mulher
Resineiro é casado, é casado e tem mulher
Ó I ó ai, vou escrever ao resineiro
Ó I ó ai, quantas vezes eu quiser"
Resineiro engraçado, engraçado no falar
Ó I ó ai, eu hei-de ir à terra dele
Ó I ó ai, se ele lá me quiser levar
Já tenho papel e tinta, caneta e mata-borrão
Já tenho papel e tinta, caneta e mata-borrão
Ó I ó ai, pr'a escrever ao resineiro
Ó I ó ai, que trago no coração
Resineiro é casado, é casado e tem mulher
Resineiro é casado, é casado e tem mulher
Ó I ó ai, vou escrever ao resineiro
Ó I ó ai, quantas vezes eu quiser"
Torre de Vale de Todos
A mercearia tradicional e o posto público.
Interessante a mala de cartão com o jornal de 4 de junho de 1974, na primeira página um título tão atual nos dias d'hoje
Concertinas e a bela Eulália, minha boa amiga do tempo de escola até hoje
Amigos da Gaita - O tanoeiro
Lagarteira - O ciclo do vinho
Cadeiras vazias...
Netos
A fonte dos Netos
Vista dos carros na Mata Municipal
Entrada do recinto da Mata Municipal em ambiente de festaBrinquedos...a alegria das crianças
O pulmão verde doado à população de Ansião
Ao sair de casa da minha mãe a caminho do cabeleireiro dei-me conta que o cortejo já desfilava, afinal era sábado, os estabelecimentos comerciais trabalharam...e com movimento, apesar de hora marcada.
Gostei francamente da cabeleireira, julgo nunca encontrei nesta vida uma mulher com tanta arte na tesoura, nas mãos, uma destreza inabalável absolutamente louca em tempo record!
Outra curiosidade, fui ao mesmo sítio da minha primeira vez em criança, não sei a idade que tinha, era um barbeiro, o Ti Júlio de Albarrol, recordo-me anos mais tarde de ele me sentar em cima de listas telefónicas para dar altura. Volvidos mais de 50 anos, calhou ao meu neto Vicente aqui vir também cortar pela primeira vez o cabelo. Coincidências!
Muito bom dia,
ResponderExcluirchamo-me Maria Castela Dias e frequento actualmente o Mestrado de Arte e Património na Universidade de Coimbra. Estou a realizar um trabalho para a cadeira de seminário de Espaços do Sagrado à volta da lenda da passagem da Rainha Santa Isabel por Ansião, passo a nomear alguns dos tópicos: a tradição oral, os banhos santos, as festas em honra da santa, o nome "Ancião" e o painel de azulejo comemorativo da lenda.
A informação é realmente muito pouca, e no seu blog tenho encontrado algumas coisas, assim sendo se me pudesse ajudar mais dando informações sobre este assunto e aconselhar-me sobre livros ou pessoas como por exemplo moradores seniores, cuja experiência e histórias de vida com certeza me irão ajudar a descobrir melhor esta identidade cultural da vila de Ansião.
Eu tenho família no concelho de Ansião, e do que pesquisei surgiu este interesse de haver algo escrito mais completo sobre estas tradições.
Obrigada desde já,
Maria Castela Dias
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